Jó, Nós, Jesus e Deus

Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo. Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos. Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror; então falarei sem o temer; do contrário não estaria em mim. – Jó 9:32-35

Isso resume o desespero de Jó. Ele sabe que Deus é grande e poderoso; sabe também que Ele pode fazer qualquer coisa e que ninguém consegue restringi-lO.  Sabe que não há como reclamar sua miséria, exigir seus filhos de volta, seus animais, sua casa, seus empregados ou sua saúde. Jó é apenas sombra, Deus é eterno. Jó é pecador, Deus é santo. Ainda que Jó pudesse discutir com Deus em um tribunal não haveria ninguém para julgar a causa, ninguém capaz de servir como mediador. Será?

Jó não pode ser criticado por suas palavras. Sabíamos o que lhe aconteceria; ele sequer sonhava com tamanho terror. Perder todos os filhos, o sustento, os empregados e a saúde, tudo de uma vez, poderiam levar um homem à loucura. Jó resistiu muito bem. E teria sido ainda mais fácil se tivesse vivido séculos mais tarde.

Blaise Pascal notou que o conhecimento de Deus pode trazer desespero já que a distância entre Ele e o homem é infinita. Mas esse conhecimento só traz desespero se não houver nada, nem ninguém, que possa unir-nos a Ele, e há! Alegre-se!

… a religião cristã ensina aos homens duas verdades a um só tempo: que há um Deus que os homens são capazes de alcançar e que há uma corrupção na natureza que os faz indignos. Importa igualmente aos homens conhecer ambos os pontos; e é igualmente perigoso aos homens conhecer Deus sem conhecer o redentor que pode curá-la. Um só desses conhecimentos causa ou o orgulho dos filósofos que conheceram Deus e não a própria miséria, ou o desespero dos ateus, que conhecem a própria miséria sem redentor. – Pascal (Col. Os pensadores. p. 178)

Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos. – 1 Timóteo 2:3-6

Jesus Cristo é o Mediador; é nosso Advogado! E note que Ele é o único que pode fazer esse papel. Do mesmo modo que há um só Deus, há também um só mediador.

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; – 1 João 2:1

Essas são as boas novas, e quão boas são! De fato, desde o início dos tempos não há notícia melhor. 🙂

E aqui chegamos nos “nós”, porque…

Deixamos agora o grito elementar de Jó e o Antigo Testamento, para considerar a palavra apostólica referente a Jesus. “Há um só mediador entre Deus e os homens”. Esse é o evangelho em poucas palavras. É fundamentalmente o cristianismo. – G. Campbell Morgan (The Anwser of Jesus to Job)

Não é à toa que Jesus é o merecedor de toda honra e glória. E… quer um conselho? Busque-O. Quando encontrá-lo, encontrará tudo o mais.

Jesus Cristo é o objeto de tudo e o centro para onde tudo converge. Quem o conhece, conhece a razão de todas as coisas. – Pascal (Col. Os pensadores, p. 178)

Cultura do “ter”

Segue abaixo um trecho do livro Mentes Perigosas (p.157-158) da médica Ana Beatriz Barbosa Silva

A cultura influencia diretamente os valores morais de uma sociedade e cria também os parâmetros que estabelecem o status hierárquico de cada membro social. Sem dúvida alguma, a posse de bens materiais sempre foi algo valorizado nas vitrines das sociedades. Mas já existiram tempos em que o status intelectual e a retidão de caráter também eram características bastante valoradas entre os membros de nossa sociedade.

O “saber” e o “ser” já foram bens de alto valor moral social. Hoje vivemos os tempos do “ter”, em que não importa o que uma pessoa saiba ou faça, mas sim que ela tenha dinheiro (de preferência muito) para pagar por sua ignorância e por suas falhas de caráter.

Nesse cenário propício surge a cultura da “esperteza”: temos que ser ricos, bonitos, etiquetados, sarados, descolados e muito invejados. O pior dessa cultura é que seus membros sociais não se contentam apenas com o “ter”, é necessário exibir e ostentar todos os seus bens. Assim ninguém esquece, nem sequer por um minuto, quem são os donos da festa.

Vivemos em meio a uma cultura que privilegia o indivíduo em detrimento da humanidade como um todo. (…) Chegamos até aqui por nossas habilidades sociais e não por força física. Se quisermos manter nossa supremacia biológica no mundo natural, teremos que rever nossos próprios conceitos, criando uma nova cultura que se baseie na solidariedade e no sucesso da coletividade.

The Book of Eli

Não sou crítico de cinema. Nunca estudei as diferentes técnicas de filmagem e quando devem ser usadas. Na verdade nunca estudei a técnica de nada que envolva cinema – talvez uma pequena exceção para computação gráfica. Logo, não sou o melhor crítico que você poderia achar na grande rede. Ainda assim acho que tenho bom gosto, afinal, bom gosto não tem nada a ver com saber as técnicas ou teoria.

Se você confia que eu tenho bom gosto, então assista The Book of Eli (O Livro de Eli) (2010). Resumo dezenas de linhas de crítica em: “o filme é bom, tem uma trilha sonora fantástica e uma boa sacada“. Pronto, nada exagerado não? Agora você já pode decidir o que fazer. 🙂

Eu costumo ler a críticas de outros expectadores após ver um filme, só pra saber se a reação deles foi parecida com a minha. Acho que a média ficou em 50-50. O que mais me impressionou, no entanto, foi o maior motivo, dos que não gostaram, de não terem gostado; não tem nada a ver com o filme. É visão de mundo. Quando você assistir deve entender o que quero dizer. Além disso vi cometários risíveis.

Uma colega me contou certa vez que uma pessoa criticou um desenho porque um ser humano não havia morrido após ter sido baleado no rosto com uma escopeta, disparada por um cão falante e racional. Quer dizer, o cara critica o fato da pessoa não ter morrido mas não critica o gerador do “evento absurdo” que talvez seja ainda mais absurdo: um cão falante capaz de disparar uma escopeta de forma certeira! É brincadeira?! Então, foi isso que eu vi em alguns comentários sobre The Book of Eli.

Cara, é um filme, e nem tenta ser real; é a chamada licença poética. Deixa o roteirista passar a mensagem da maneira dele. O objetivo de The Book of Eli é falar de algo já muito falado mas de uma maneira diferente.

Alguns reclamam que muita coisa ficou sem explicação. E daí?! A explicação vai fazer alguma diferença para o que o filme quer realmente passar? Se fizer, tudo bem, falha do filme, senão “boa!” – deixa de fora mesmo.

Fiz o máximo pra não revelar nada do filme; será bom descobrir os segredos on-demand, com a visão de um ambiente pós-apocalítptico.

Trabalho voluntário

Há uns dias recebi um email que solicitava voluntários para um trabalho social com crianças e uma coisa me deixou impressionado. O email dizia assim:

Não há remuneração mas será oferecido uma certificado de trabalho voluntário aos que se interessarem.

O mundo está mesmo de cabeça pra baixo! Há um certificado de trabalho voluntário! E pra quê serveria um certificado desses? Na verdade esses certificados são usados em entrevistas de emprego e trainnees. Você ganha pontos na competição da vida se tiver um certificado deste.

Não sou o “super correto”, muito pelo contrário, mas é de uma falta de moral sem tamanho usar certificados de trabalho “voluntário”. Acho que não há nada na lei que impeça o seu uso, infelizmente. Erradas estão as empresas que consideram e errados aqueles fazem uso desta imoralidade.

O poeta T.S. Eliot afirmou o que para ele era o “maior pecado de todos”:

Fazer a coisa certa pelo motivo errado.

Sabedoria

Após um longo jejum de alguns meses estou outra vez. 🙂

Algumas mudanças têm ocorrido – mudei até de cidade – e por isso a falta de postagens. Espero voltar a escrever em breve já que nesse post de retorno não vou escrever nada novo. Quero apenas compartilhar palavras sábias de Max Gehringer.

Preste especial atenção nas últimas palavras. 🙂

(clique no player abaixo para escutar)
https://haqqaton.files.wordpress.com/2009/07/gurus-mp3.ppt